«A certa altura da nossa vida, há uma janela que começa, de facto, a fechar-se.
Só que a razão para isso acontecer é porque há outra janela mais ampla que, entretanto, já está a abrir-se e a que sempre se seguirá alguma outra de amplidão cada vez maior. Um comboio que já não para na estação onde nós estamos. Mas há um outro comboio, já a chegar mais perto de nós, que nos levará para uma viagem para a qual precisaremos de transportar cada vez menos bagagens e, no decorrer da qual, teremos de nos preocupar com cada vez menos coisas.
Ao longo deste período que é de libertação crescente há, sem dúvida, um tempo durante o qual temos de caminhar às apalpadelas.
Só depois de atravessado o túnel símbolo da chamada meia-idade, começamos a vislumbrar uma luz que, diferente das que a partir de fora nos iluminam, não só nos ilumina como nos aquece continuamente.
Quando uma função acaba, outra pode desenvolver-se que, até aí, ainda não tinha tido espaço para se exprimir.
O caminho é sempre para a frente.
Mas, se, entretanto, continuarmos à superfície de nós mesmos, a correr a correr de um lado para o outro, quando este processo começa a manifestar-se, a única coisa que vemos é a janela que se está a fechar.
Se porém, a sensação de bem-estar e segurança, de que no dia-a-dia precisamos para ir avançando, nos for vindo cada vez mais do interior, do que somos e não do que temos, a juventude não tem limite de idade.
Mais do que acontecimento inevitável, envelhecer é uma arte que se aprende.
E envelhecer bem é ir acompanhando a passagem “inexorável” do tempo por nós, sem abdicar da juventude.
O que significa sem deixar de apreciar a vida. Sonhar. Ter esperança. Ser útil aos outros.
É estar receptivo ao novo, sem recusar o inesperado.»
Este texto é de um livro que acabei de ler, cujo titulo é: VAMOS FALAR DE AMOR?
Foi escrito por Maria José Costa Félix e, como me agradou, vim deixar um “retalho” aqui na minha colcha.
Bom é que não esqueçais
Que o que dá ao amor rara qualidade
É a sua timidez envergonhada
Entregai-vos ao travo doce das delícias
Que filhas são dos seus tormentos
Porém, não busqueis poder no amor
Que só quem da sua lei se sente escravo
Pode considerar-se livre
Fernando Pessoa
Neste fim de tarde apeteceu-me um pouco de poesia para este quadrado da minha colcha.
Tenho andado muito ocupada, nem tenho tido tempo de "postar" aqui. Como os meus filhos estão cá estou a aproveitar todos os minutos, e todo o tempo é pouco! Por isso, meus amigos, até um dia destes.
Assim aqui fica este quadrado mais pequenino...