Todos nós dizemos muitas vezes: Não tenho tempo, agora não é possível, fica para a próxima etc., até que nos acontece alguma coisa que muda a nossa forma de estar na vida, e tudo o que nos parecia importante num instante passa para segundo plano.
Eu falo por mim, não tenho vindo aqui nem tenho ligado o computador, a minha vida agora está diferente, penso que os meus amigos virtuais talvez tenham dado pela minha falta, se calhar pensaram que eu estava novamente de ferias. Infelizmente não foi esse o motivo de não ter aqui vindo. No dia 25 de Novembro ao acordar pensava eu que era mais um domingo, mais um dia que seria passado serenamente já a pensar no Natal, mas não foi bem assim, logo pela manhã fui para o hospital com a minha mãe porque lhe deu um AVC, ficou internada.
Pensava eu que ficaria o azar por aí, mas não foi assim, ao telefonar para o meu filho percebi que ele não estava bem, a partir desse momento tudo se modificou, e comecei a sentir na pele os efeitos da tão falada insularidade.
Foi uma noite longa, as horas não passavam e nunca mais chegava a segunda-feira.
Logo de manhã vim para Guimarães, claro via São Miguel, nunca uma viagem de avião demorou tanto tempo, tal era a minha ânsia de cá chegar. E tive de optar entre a minha mãe com um AVC, e o meu filho que no mesmo dia teve uma trombose. Não é fácil, mas ele precisava mais de mim, foram dias muito difíceis, com muitas lágrimas e sofrimento, mas felizmente ele está a recuperar muito bem. Valeu-me todo o apoio da minha família e amigos, e claro tinha e tenho comigo o meu grande amigo, o companheiro de todas as horas boas e más: o meu marido.
O meu filhote, tem uma longa caminhada pela frente, mas graças a Deus está a ficar bom, e com a nossa ajuda tudo vai superar. Como é possível que uma pessoa saudável de 28 anos, tenha uma trombose? Eu não sei, nem os médicos conseguiram perceber, agora ele já está em casa, e nem se dá pelo problema, mas tem de ter muita calma e descansar bastante, por isso o nosso Natal este ano vai ser diferente. Por outro lado estou dividida, é que a minha mãe continua internada, não sei bem o que fazer, e como não tenho mais irmãos é complicado. Agora vivo um dia de cada vez, e o que tinha importância agora já não tem tanta. Para mim basta-me olhar para a cara do meu filho e tudo fica mais bonito, mesmo que o Natal seja longe da minha ilha, será certamente um feliz Natal.
E aqui fica este quadrado apesar de um pouco amarrotado, ele mostra um pouco do que me vai na alma. Sempre que possível virei visitar os meus amigos bloguistas.